segunda-feira, 1 de outubro de 2012


Em nossa cultura a devoção a um Santo parece estar sempre muito ligada a pedidos de graças. Foi assim também que Santa Teresinha me chegou. Eu estava triste com tantas tentativas frustradas de realizar meu sonho de ser mãe, e de ver que cada vez mais as coisas se complicavam nesse sentido, e uma colega de trabalho [que hoje posso dizer, amiga], perguntou-me se eu tinha fé. Disse que sim, e ela me falou de Santa Teresinha, e de como nunca fora desamparada num pedido a ela, ainda que fosse dando a conformação e compreensão de que o que pedia não era o seu caminho.

De imediato pensei que não era justo eu me aproximar de uma santa só para pedir alguma coisa para ela.

Contudo, no dia seguinte, fui surpreendida por uma imagem da Santa no facebook. Achei curioso, mas ignorei. No segundo dia, uma outra amiga postou um texto agradecendo a Deus e à santa por um bem em sua vida. Aquilo começou a me chamar a atenção. E no terceiro dia isso aconteceu mais uma vez. Para essa terceira pessoa, a Ana Emília, que eu só conhecia pelo twitter e facebook, envie uma mensagem agradecendo, e contando que compreendi o chamado. Ana respondeu que no domingo seguinte deixaria em minha casa a Medalha Milagrosa de Santa Teresina que trouxera do Seu Santuário em Lisieux.

Uma onda enorme de amor e gratidão me tomou naquele momento. Imagine a alegria de ter para si a delicadeza de um presente como esse de alguém que conhece apenas pela internet?

Esperei ansiosa pelo domingo, e tive naquele abraço e naquele presente a confirmação de que minha vida mudaria a partir dali.

Assim é que daquele momento em diante, conhecendo a florzinha do Carmelo, eu que andava tão afastada de Deus senti-me completamente acolhida. Foi assim que daquele momento em diante, eu que tomava remédios para controlar a ansiedade, nunca mais senti aquela angústia horrorosa que sempre me acompanhou.

Quanto mais conheço e compreendo a doutrina de Santa Terezinha, mais paz sinto. Sua lição é de simplicidade, abandono, confiança e amor, e é dessa forma que pretendo pautar minha vida.

Curioso como tendo sido educada numa família católica, tendo estudado em colégio de padres, tendo sempre estado em meio às palavras de Deus só agora eu sinta que verdadeiramente o encontrei. Não aquele Deus que quer de mim o sacrifício, a submissão, mas aquele que espera de mim o amor, que quer de mim o exercício pelo do afeto.

Hoje se comemora o dia de Santa Terezinha, e rogo a ela que continue a derramar sobre nós sua chuva de rosas.

sábado, 7 de julho de 2012

Amizade


Olhando assim essas duas fotos juntas, tive a dimensão da grandiosidade do que significa ter amigos que te acompanham desde a infância.

Hoje tem a Tatiana morando no exterior, Janaína no sul do Brasil, e Valéria um pouco mais distantes, mas sabemos que quando nos encontrarmos de novo, como aconteceu em 2009 quando essa última foto foi feita, será como sempre foi, desde que corríamos as olimpíadas da Campos Sales, e nos reuníamos no clubinho cuja sede era minha casa.

Sabemos que vamos rir relembrando todas aquelas velhas histórias que ninguém se cansa de contar e de escutar. Que vamos perguntar um do outro, não pra saber se um tem mais ou menos ‘sucesso’ (sic), mas porque verdadeiramente torcemos por nossas felicidades.

Ainda somos aquelas mesmas crianças que brincavam, brigavam, e aprendiam uns com os outros. E somos amigos leais. E estaremos um dia com nossos filhos, torcendo pra que eles não aprontem metade do que aprontamos, mas pra que construam amizades como essas que se tem pra uma vida inteira.

Somos afortunados.

Essa foto deve ser de 1985 ou até 87. Esmaeci os outros da foto pra destacar quem continua nessa empreitada de amizade. Da esquerda pra direita, os mais altos: Valéria e Luizinha; Lívio Bruno (primo), Jordan (irmão), eu (A mudêla! Kkk) e Janaína; em baixo, Paulo Eduardo, Amanda (irmã) e Tatiana (de franja).

Foto feita em 2009. Jordan mostrando as mãos; da esquerda, Valéria, Janaína, Amanda e Cezário (que não estava na foto anterior, mas também é das anteras); Luizinha, Tatiana, Paulo Eduardo e eu lá em baixo sendo esmagada de tanta alegria.
 

Ô saudade, viu?


sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Da fraqueza a força



Ontem, enquanto pensava nas transformações que aconteceram em mim, em meu marido e nas nossas vidas, e agradecia a Deus por isso, lembrei de um dito popular que minha avó usa bastante: “é preciso fazer da fraqueza a força”.

Foi o que nós fizemos. Melhor, o que temos feito: transformar a fraqueza em força. A confortável cadeira do comodismo por anos foi nosso assento. Não éramos quem queríamos, não estávamos na situação em que sonhamos, mas, vítimas da vida, remoíamos as oportunidades perdidas, como quem está no fim do caminho.

Não saberia precisar em que momento o prego em que estávamos sentados doeu insuportavelmente ao ponto de nos fazer levantar, mas aconteceu. Não saberia enumerar quantos, nem quais fatores nos levaram a transformar a insatisfação em ação, mas transformamos. O fato é que passamos a nos entender como sujeitos ativos das decisões, dos rumos, dos caminhos a trilhar. 

Falo por nós dois porque fizemos isso juntos, de maneiras diferentes, e em tempos diferentes, respeitadas as nossas inúmeras diferenças, mas fizemos juntos. Quando um esmorecia, o outro incentivava. Quando um caía, o outro acudia. Quando um chorava, o outro consolava. Quando um conquistava, o outro aplaudia.

Sei que das muitas coisas que percebemos, uma foi a clara diferença entre as pessoas que fazem das dificuldades e do passado um confortável sofá, das que usam os problemas como tiro de largada. Apenas uma chega a algum lugar: quem parte, quem empreende a busca.

Saber disso não torna as coisas mais fáceis; pelo contrário. Transformar a fraqueza em força demanda mais do que vontade: demanda esforço. E o esforço precisa ser constante, consciente. E pra que ao final não reste apenas o cansaço é preciso ter propósitos claros, para que seja clara a certeza de ter alcançado o objetivo pretendido.

Agradeci ao Pai por todo o aprendizado. Por todas as metas alcançadas. Por todas as novas metas traçadas. Pela nossa união, pela nossa família, pelos nossos amigos, que são estímulo, apoio, alegria, exemplo. Agradeci a Deus a benção de ser eu, e de tê-lo como marido. Agradeço por estar de pé, atenta, alerta, lutando pelo meu bem e o bem dos meus, fazendo minha parte, arando meu campo mantendo a fé de que a chuva continuará a cair.


[texto escrito em 2008, que hoje, 24 de fevereiro de 2012, revivo, por ser nosso aniversário de casamento. Esta é uma das coisas de que mais me orgulho em nós: companheirismo.]